Córrego escondido alaga ruas na região da Pompeia
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010O córrego Água Preta nasce numa praça, passa pela rua Paulo Vieira, atravessa uma garagem, cruza ruas sem saída, corta a avenida Pompeia, segue por um beco atrás de várias casas e deságua pouco adiante, no Tietê.
Não por acaso, o bairro da zona oeste paulistana protagonizou várias cenas de enchentes no verão passado. Era o Água Preta, enterrado e canalizado há meio século, assombrando a população.
Seu mapeamento, em detalhes, é trabalho de um grupo de pesquisa da FAU-USP que há sete anos traça rotas de cursos d’água ocultos.
Os pesquisadores acreditam que a divulgação dos endereços por onde eles passam pode ajudar na hora de direcionar investimentos públicos.
“Quando se sabe que na porta de sua casa tem um córrego, a pessoa pensa duas vezes antes de jogar lixo na rua”, afirma o coordenador da pesquisa, o arquiteto e urbanista Vladimir Bartalini.
A prefeitura diz possuir “todas as informações relevantes sobre os córregos da cidade”, mas os mapas que torna públicos são mais genéricos.
O grupo já mapeou em detalhes outros seis córregos.
Paulo Pellegrino, professor da FAU-USP, afirma que hoje estamos recebendo a herança por um modelo de drenagem que via como maior solução para as enchentes a canalização que levava as águas para bem longe e bem rápido.
“Isso gerou um nó, porque não tem mais para onde essa água ir. É grande a quantidade de água nos pontos mais baixos e ela recebe todo o lixo sem ser filtrado pela vegetação”, afirma Pellegrino.
Fonte: Agora São Paulo